Pondo a comida no seu lugar - parte I

A comida tem uma função muito simples: fornecer o nosso organismo com os nutrientes indispensáveis para a manutenção da vida humana.

Para recuperar a capacidade de comer apenas quando estivermos com fome, devemos compreender que nem toda a fome é física. Hoje em dia, enquanto que quase ninguém come só quando está fisicamente com fome, muitas pessoas comem quando estão psicologicamente famintas.

Mentalmente elevámos a comida a algo que ela não é. Entendam que a comida não é uma amiga, não é confidente, não é um escape, não é uma distracção, não é uma recompensa, não é um castigo, não é um prazer...

"Comer para viver e não viver para comer" é uma frase para para mim finalmente faz sentido.

PASSO 1 - Reconhecer os sinais de fome

O primeiro passo para aprender a ler sinais de fome é reconhecer a diferença entre a fome psicológica e fome física.

A física é aquela que sentimos quando estamos completamente distraídos a fazer qualquer tarefa e de repente somos "acordados" por um aperto de leve no estômago.

A psicológica é aquela que pode surgir mesmo que tenhamos comido há cerca de uma hora, quando estamos sem nada para fazer, tristes, chateados ou simplesmente sugestionados pelo anúncio do novo Big Mac que está a dar na televisão.


PASSO 2 - Reconhecer os sinais de saciedade

Depois de sabermos que temos fome, temos de saber quando parar de comer e para isso é preciso distinguir os sinais de saciedade.

Uma boa técnica para fazer isso é comer devagar e mastigar bem. Dessa forma a saliva pode cumprir o seu papel na digestão (a digestão inicia-se na boca, e não no estômago).

A mastigação lenta acciona o mecanismo de saciedade, que funciona assim: quando a quantidade necessária de comida chega ao estômago, esse envia mensagens químico-eléctricas até o hipotálamo (região do cérebro que responde pelo comando das principais actividades do metabolismo).

A mensagem de "chega" dispara, então, a sensação de satisfação plena do apetite. Como este processo leva alguns minutos, recomenda-se comer devagar. Assim, atinge-se a saciedade com menos comida. Se acharem difícil, passem a repousar os talheres no prato a cada garfada.


A sguinte escala de fome e saciedade ajuda-nos a ouvir o nosso corpo.

10 = Cheio até ao ponto de enjôo
9= Desconfortavelmente cheio, é preciso alargar o cinto
8 = Desconfortavelmente cheio
7 = Muito completo, sinto que comi demais
6 = Confortavelmente completo, satisfeito
5 = Confortável, nem fome nem completo
4 = Início de sinais de fome
3 = Fome, pronto para comer
2 = Muita fome, incapaz de se concentrar
1 = Faminto, tonturas, irritável

O objectivo é começar a comer quando tiverem início os sinais de fome (Nível 4), e parar quando estamos confortavelmente completos (Nível 6), mas sem sentir que comemos demais. Entre a fome e a saciedade estaremos a fazer a digestão e algures no nível 5...

Lembrem-se que quanto mais baixo descerem na escala da fome, maior é a probabilidade de subirem mais alto na escala da saciedade. Isto é, se a vossa fome chegar ao 2, facilmente chegarão ao nível 7 e 8 de saciedade, enquanto se deixarem a fome chegar ao nível 1, certamente quando forem comer, vão chegar aos níveis 9 ou 10!

Então vamos lá, todas a por em prática estes conhecimentos e não se esqueçam de fazerem uma perguntinha essencial a vocês mesmas antes de começarem a comer: "Estou com fome?"

7 comentários:

Jana disse...

Ola Su!!!
A unica hora q tenho para ir a academia é essa, então acabei acostumando, tenho 2 filhas e se não for pela manhã enquanto elas ainda estão dormindo não tem como. Mas é bem melhor, adoro acordar cedo, uma pena q ando dormindo pouco, hoje dormi 4 horas se muito, mas a tarde eu durmo para compensar.

Bju e forçaaaa

Jojozinha disse...

bem, muito interessante mesmo! gostei :)

Magrita disse...

Bem vinda novamente. Muito bom seu post. É para refletir mesmo.
Beijos

Anônimo disse...

Adorei isso!!!! Vou começar a me controlar desse jeito, medindo os sinais de fome e saciedade!!!

Deixo minha fome chegar no nivel 2na maioria das vezes...acho que é por isso que exagero...mas enfim, agora vou tentar me controlar mais!!!

Muito legal o post...=)

Bjks

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Gostei do post, mas permite-me rectificar, ou pelo menos opinar contrariamente a uma frase que escreves.

Comer pode ser um prazer sim! Mesmo comendo racionalmente. Não como compensação para outros prazeres que nos faltem, mas o acto em si - Comer - pode ser um prazer saudável, muito saudável mesmo! E se o deixarmos de sentir, é menos um prazer que poderíamos muito bem usufruiur, e a vida tem menos cor. Comer é bom! É preciso é saber comer.

Parabéns pelo blog

disse...

Oi Su, eu consigo ter uma percepção real da minha necessidade de comida. Mas confesso que as vezes essa percepção me diz que eu preciso transgredir em alguma coisa, já que em todas as minhas relações afetivas e familiares sou "a certinha". Sei que é na comida, pois é o único veículo reversível. Nunca me apeguei demasiado à bebida ou ao fumo. Das drogas então, nem cheguei perto. Válvula de escape? Comida! Nem sempre muita, mas todas as vezes as mais erradas possíveis, como um ato de protesto. Dá prá entender? Bjs Zá.

Thais disse...

Muito bom esse post, Su! Compartilhei no meu blog pras meninas verem. Diz tudo!
Beijinhos!